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BULA FIJI!

Fala praieiros!

Há seis anos escrevi aqui no blog sobre a rotina de uma namorada de surfista (https://vaiprapraia.wordpress.com/2013/11/05/namorada-de-surfista-a-replica/). Não sei se por vivermos em tempos de feminismo frenético, relacionamentos com estruturas e nomenclaturas cada vez mais diferentes, mas o post rendeu algumas noites em claro, respondendo críticas positivas (outras nem tanto) e perguntas dos mais diversos tipos. Talvez todo o alvoroço tenha sido causado pelo simples fato de falar de amor. Pela praia, pelo surf, pelos surfistas. Tema antigo, infinito, mas para sempre polêmico.

O tempo passou. Eu atravessei o mundo, montei meu guarda-sol em outras areias, mergulhei em outros mares, conheci muitos outros surfistas, com e sem namoradas. Tanta coisa mudou e se foi. Mas algo importante ficou: O AMOR. Pela praia e todo esse lifestyle.

No post acima citado, todo amor pelos surfistas, toda admiração e inclusive as reclamações foram sempre expressadas do ponto de vista da areia. A possibilidade de ver as coisas de outro ângulo nunca tinha me passado pela cabeça. Surfando? Não, claro que não. Quem acompanha o blog sabe que como uma boa virginiana meu elemento é a terra. Apesar de já ter feito aulas, surfado, entendi que aquele não era o meu propósito.

Mas e por que não assistir ao surf de dentro do mar? Isso! Direto do outside. Sem intenção nenhuma de ser um surfista, mas de experimentar a visão de um drone, digamos assim.

Pois, na semana passada, de férias em Fiji, pude finalmente trocar de lado e, adivinhem? Nada mudou em mim.

Para pegar onda nesse charmosíssimo arquipélago de quatro letras e muitos coqueiros, não basta ter prancha. O barco é necessário porque a função toda rola em alto mar. E que função senhores! Depois das tradicionais horas analisando condições de vento, tamanho, nível da maré, melhor prancha e melhor horário, o plano é todos a bordo e rumo aos breaks outside.

#vaiprapraia

 

Eu que sempre tive mil e uma dicas para as namoradas de surfistas sobre o que fazerem enquanto eles estavam em busca da onda perfeita, pela primeira vez fiquei sem reação e perdi o interesse por todos os meus passa tempos quando me deparei com o Canal Off rolando ao vivo.

 

 

Que sensação imensa! Quão preenchida me senti mesmo estando em meio a um vazio azul imenso entre o céu e o mar. Como é bom ver as ondas muitos antes de quebrarem e, quando quebram, presenciar tudo dos bastidores, atrás delas, como nas coxias de um palco ao invés de estar na platéia.

barco

 

O barco é minúsculo, balança com a série, o vento e a corrente. O mar é crowded mas a sintonia de todos é perfeita (com exceção de alguns acidentes de percurso, claro). O sol queima muito e, mesmo com tudo isso, por mais de duas horas, fui incapaz de me distrair com qualquer coisa. Nem mergulho, nem snorkeling. O que me paralisava era a sensação de fazer parte de algo imenso mesmo me sentindo infinitamente pequena. Não era medo. Não era euforia. Era um deslumbre novo. Um re apaixonar-me por algo que sempre amei.

 

 

 

 

Eu que sempre fui fã da beira da praia, descobri que, esperar por um surfista em alto mar, me faz tão feliz quanto estar na areia. E ir contra a teoria que diz que todas as situações têm um lado bom e outro ruim. Amar a praia tem dois lados bons: IN e OUTSIDE. E agora eu tenho certeza disso. Não importa de qual ângulo, se na plateia ou no palco, meu espetáculo favorito sempre vai ser a praia.

barco3

P.S.: a todos os capitães dos barcos de Fiji, com ou sem combustível, muito obrigada. Vinaka!